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Entrevista | Cleverson Siewert diz que Brasil vive nó fiscal e aponta futuro nas energias renováveis

Por: Marcos Schettini
22/03/2021 17:00
Miriam Zomer/Agência AL

Conhecedor da realidade econômica global, com legados importantes na Secretaria da Fazenda de Santa Catarina e na presidência da Celesc, Cleverson Siewert hoje comanda o Grupo Ascensus, um importante conglomerado de Joinville com movimentações financeiras que bateu os R$ 4,4 bilhões em 2020.

Com olhar visionário de uma realidade mais sustentável, Cleverson concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e afirmou observar o Brasil com imenso potencial de energias renováveis. Em posse de dados que refletem o atual cenário do país, o CEO do Ascensus Group ainda um panorama da necessidade da Eletrobras, comentou sobre a situação econômica brasileira sob Bolsonaro e apontou diversas saídas de investimentos para que haja um salto na economia. Confira:



Marcos Schettini: A privatização da Eletrobras está novamente em pauta, com o envio da MP do Governo Federal ao Congresso. Qual sua avaliação sobre a medida que prevê abertura do capital da estatal para o setor privado?

Cleverson Siewert: De certa forma, vivemos ainda as consequências da polêmica Medida Provisória 579, que prometia uma redução média de 20% na tarifa de energia dos brasileiros, mas resultou em ônus para consumidores e insegurança para investidores e companhias, além de prejuízos bilionários para o setor. Por meio de amortização de ativos, feita sem diálogo e de forma unilateral, a decisão do governo em 2012 não foi sustentável nem a curto prazo. O que aconteceu depois dessa MP foi uma série de mudanças regulatórias com graves consequências. Com muitos remendos, hoje podemos ver, e viver, claramente problemas regulatórios com portarias, regulamentações e decretos que tentam equilibrar as finanças no setor elétrico brasileiro. O resultado já sabemos e, desde aquele momento, estamos pagando com juros a redução de tarifa prometida.

A lição que fica é: não basta privilegiar um lado, naquele caso o do consumidor, pois pode-se colocar todo o sistema em xeque – se faz necessário moderação e bom senso nas decisões. Assim, é preciso apostar em um modelo regulatório que traga previsibilidade, além de desenvolver o diálogo com agentes do setor. A Eletrobras é central no desenvolvimento da infraestrutura brasileira, muito importante para a soberania nacional. Acredito que, com uma regulação consistente, com princípios que atendam o mercado e as necessidades do país de forma equilibrada, poderíamos seguir sem a privatização.

De modo geral, temos que alcançar um modelo capaz de sinalizar uma abertura das reservas de mercado, proporcionar acesso à energia renovável e competitiva, provocar redução de encargos e aumentar a liquidez no mercado livre. Nesse sentido, dando liberdade para o consumidor tomar suas decisões, tanto na geração quanto na distribuição da energia.

Desse modo, antes de pensarmos em privatização da Eletrobras, eu acredito que continuarmos trabalhando para uma forte e adequada regulação no setor elétrico, com metas específicas sobre os desempenhos técnico e financeiro, podem garantir uma lógica econômica apropriada. Sendo pública ou privada, o mais importante é a Eletrobras prestar um ótimo serviço para a sociedade e, para isso, tem que operar com regras muito bem estabelecidas - o que exigirá, naturalmente, corajosas decisões para os gestores e colaboradores.

Schettini: Como ex-presidente da Celesc, onde o senhor atuou de 2011 a 2018, liderou um grande crescimento da empresa de economia mista. Qual foi o papel do investimento em inovação?

Cleverson Siewert: Fizemos vários movimentos importantes em inovação na gestão da Celesc, desde a implementação de novas metodologias de trabalho até a criação e o desenvolvimento de programas, como aquele que nos permite verificar o desempenho do sistema elétrico em tempo real, e que possibilitam à companhia continuar tendo ótimos resultados até os dias atuais. Mas destaco as ações ligadas aos programas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Eficiência Energética (EE).

Em 2018, a Celesc e o Governo do Estado apresentaram o maior investimento realizado em inovação, com um pacote de 29 projetos aprovados em chamada pública para as áreas de P&D e EE, com um aporte de R$ 96 milhões. As propostas, capitaneadas por instâncias públicas e privadas com o objetivo de produzir tecnologia de ponta, geraram empregos e movimentaram a economia catarinense. Foram apresentados projetos para a mobilidade elétrica, internet das coisas, robótica, segurança do trabalho e outros domínios, como um aerogerador de grande porte, produzido em parceria com as multinacionais Engie e WEG. Entre as propostas que estimulavam o uso adequado da energia elétrica estavam a eficientização energética, por meio da geração distribuída de instituições como hospitais e da iluminação pública de cidades catarinenses.

De 2011 a 2018, investimos R$ 90 milhões somente no Programa P&D. Já em Eficiência Energética foram R$ 300 milhões, desde 1999, no desenvolvimento de 120 projetos que evitaram o consumo de 1.400GWh de energia elétrica. Desse total, R$ 272 milhões foram investidos durante o período em que pude fazer parte da gestão da Celesc.

Como exemplo, posso citar os projetos desenvolvidos em 2017, como a instalação do primeiro corredor de eletropostos do Sul do Brasil, com 300 quilômetros de extensão, medindo o impacto da recarga de veículos no desempenho de sistema elétrico. Essa iniciativa nos rendeu, em novembro de 2018, o Prêmio Fritz Müller, principal reconhecimento ambiental do Estado, na categoria Controle da Poluição Atmosférica, contra outros 124 projetos inscritos.

Posso destacar ainda outros projetos em 2017. Entre eles, o Bônus Fotovoltaico, que possibilitou a aquisição de sistemas fotovoltaicos com subsídios de 60%, e recebeu o Prêmio ECO 2017, um reconhecimento nacional de sustentabilidade, promovido pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil. O Bônus Motores também teve grande relevância, com subsídios de até 40% para a aquisição de motores elétricos. E, por fim, o Bônus Eficiente – Linha Eletrodomésticos, que ofereceu 50% de desconto para a troca de eletrodomésticos antigos por novos, com o Selo Procel de Eficiência.

Em resumo, pensamos diferente para termos resultados diferentes. E, assim, gerarmos um impacto positivo para a sociedade. Ademais, o foco nas inovações tinha como objetivo superar os desafios tecnológicos do mercado no setor elétrico.


Schettini: As fontes renováveis vêm se popularizando na indústria. Quais são as tendências nesse mercado de energia?

Cleverson Siewert: Primeiro, é importante entendermos o histórico do desenvolvimento das fontes renováveis até aqui. A ECO 92 realizada no Rio de Janeiro foi um marco nas discussões sobre meio ambiente. Pela primeira vez houve a presença massiva dos principais chefes de estado do mundo e a motivação ambiental se tornou parte efetiva da agenda global. O encontrou culminou na Agenda 21 e Objetivos do Milênio, em que 179 nações assumiram o compromisso de investir em programas de sustentabilidade, com destaque para as energias limpas. Já na década seguinte, o desenvolvimento tecnológico permitiu a introdução das energias solar e eólica na matriz energética, iniciando a descarbonização. Junto a isso, a internet se consolidou favorecendo a digitalização de processos, a disseminação de tecnologias e a gestão remota, o que contribuiu para produção e gestão dessas fontes renováveis.

Entre 2010 e 2020, a produção em larga escala levou à redução de custos, notadamente da energia solar, e um novo modelo de negócios começou a ser implantando com o empoderamento do consumidor, produzindo sua própria energia e descentralizando a geração.

Agora, vivenciaremos nesta década a consolidação da transição energética, com a efetivação dos 3 Ds – descarbonização, descentralização e digitalização. Nessa fase, deveremos ter um marco regulatório levando à abertura do mercado livre, tarifas horárias e geração distribuída.

A consolidação dessas matrizes energéticas é imprescindível para o futuro do planeta, se levarmos em conta a demanda mundial por energia, que cresceu 2,3% somente em 2018, o maior aumento anual na última década. Com isso, as emissões de carbono, vinculadas a esse consumo, chegaram a subir 1,7% no período, alcançando a marca história de 33,1 Gt. Mas a demanda continuará aumentando. A expectativa da ONU é de que a população mundial cresça cerca de 26%, passando de 7,7 bilhões para 9,7 bilhões, até 2050. Assim, as fontes de energias renováveis e medidas de eficiência energética são imprescindíveis para um futuro sustentável.

A boa notícia, como mencionei, é que o custo dessas energias para as empresas vem caindo significativamente, principalmente, a fonte fotovoltaica. Fato comprovado pelo relatório anual World Energy Outlook 2020, da Agência Internacional de Energia (IEA), o qual oficializa a energia solar como a forma mais barata de gerar eletricidade na maior parte do mundo.

Além de mais econômica, a oferta de energia fotovoltaica vem crescendo. No Brasil, em diversas projeções feitas por órgãos ligados ao setor, essa fonte estará tomando a dianteira do ranking da nossa matriz energética, com 32% de participação, até 2040. Isso é significativo, haja vista que nosso maior desafio no futuro será equilibrar o custo e a demanda por energia, utilizando matriz energética adequada e renovável.

Schettini: Qual o lugar do Brasil no cenário mundial das matrizes renováveis?

Cleverson Siewert: Nosso país ocupa um lugar de destaque em relação às matrizes renováveis. No âmbito global, essas fontes representam 33% de toda a energia gerada. Mas, no Brasil, 80% da produção energética já vem dessas matrizes, por meio dos recursos hídricos, em sua maioria, e também do etanol, da biomassa, energia solar e eólica.

Eu acredito que o Brasil tem condições de liderar esse processo, mas precisamos estar atentos aos investimentos em geração distribuída, apostar na expansão da eficiência energética e desenvolver a mobilidade elétrica, a tríade do futuro energético renovável.

Na geração distribuída, o caminho se mostra próspero para as energias solar e eólica. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) indicam que elas vão se tornar as duas matrizes mais importantes do país até 2040.

Aqui no Grupo Ascensus, por exemplo, estamos também investindo em geração distribuída de energia solar. Nossa meta é participar da aplicação de mais de R$ 450 milhões na construção de usinas nos próximos anos. E já temos, inclusive, um projeto piloto em São Gonçalves do Sapucaí (MG) que vai gerar 6,1 GWh/ano. Desse modo, temos como meta alcançar 2% do mercado de geração distribuída.

No caso da mobilidade elétrica, subsídios e incentivos são fundamentais para a produção e utilização de carros elétricos no Brasil. E esses trazem grandes benefícios. Devemos nos espelhar na China. Em 2018, foram fabricados 2 milhões de veículos do gênero no mundo, sendo 60% deles no país asiático. Lá, há avanços consideráveis. Na cidade chinesa de Shenzhen, por exemplo, 100% dos ônibus e táxis já são elétricos. A cidade já foi tão poluída quanto São Paulo e, em dez anos, evoluiu com a implementação de um programa de substituição radical de veículos a gasolina e diesel por uma frota toda elétrica. Ou seja, é uma medida que pode ser aplicada nos nossos grandes centros e ajudar a colocar o Brasil à frente na questão de sustentabilidade energética. Em resumo, temos potencial para fazer do Brasil uma referência em energia limpa.


Schettini: Agora, sobre o cenário da pandemia. Um dos setores que se mantiveram firmes mesmo diante da crise foi o mercado livre de energia. O que levou esse setor a se fortalecer?

Cleverson Siewert: O mercado livre de energia, no qual o consumidor pode negociar diretamente preços, prazos, volumes e formas de pagamento com o gerador ou o comercializador de energia, foi fortalecido na crise. Isso porque a pandemia exigiu que gestores de indústrias e outros negócios buscassem soluções para reduzir custos. Além disso, a alta do dólar influenciou nas cotas de Itaipu para o mercado regulado das distribuidoras e do empréstimo tomado por elas com a Conta-Covid no ano de 2020. Isso gera uma expectativa de novo aumento tarifário nos próximos anos, elevando a conta de energia, em especial, no mercado regulado. Sendo assim, o mercado livre tem se tornado uma alternativa visada aos consumidores habilitados.

O mercado livre é um ambiente contratual financeiro que proporciona, além da redução de custos, previsibilidade orçamentária e sustentabilidade. O consumidor livre tem a possibilidade de escolha de uma matriz de geração de energia renovável. A partir dessa inciativa, pode ser emitido um certificado de uso de fonte renovável que, sem dúvida, emplacará em diferencial para a imagem da empresa.

Atualmente, o mercado livre corresponde a 85% do consumo industrial nacional, conforme a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). E este mercado está em constante ampliação. Em dezembro 2020, houve aumento de 22% no número de consumidores em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Vale destacar o movimento dos chamados contratos verdes de energia. Eles são investimentos em projetos de infraestrutura energética, em especial empreendimentos de fontes eólica, hídrica e solar. Sua energia é destinada aos grandes consumidores, numa relação que envolve o consumidor (grande empresa) e um possível parceiro executor, numa relação B2B. Os contratos são de longo prazo, e viabilizam a implantação de projetos de energia nova junto aos agentes financiadores.

Schettini: No contexto econômico geral, alguns setores estão conseguindo enfrentar melhor a crise do que outros. A gestão pode ser um diferencial para uma empresa se destacar enquanto outras sucumbem? Quais estratégias adotar?

Cleverson Siewert: A gestão é a mola propulsora de qualquer negócio. As empresas resilientes à crise foram justamente aquelas em que os gestores compreenderam logo que era preciso adaptar os processos, as estratégias e as vendas, além de apostar na inovação. E mais: fizeram da crise uma oportunidade.

Se observamos os últimos oitenta anos, na década de 1960, por exemplo, o Brasil tinha 22% do PIB destinados a tributos, e hoje esse percentual aumentou para 35%. Mas, ao mesmo tempo, na década de 1960, cerca de 4,5% do PIB eram investimentos, contra os 2% atuais. Esse é um ponto importante. O Brasil tem que investir mais em infraestrutura para que possamos evoluir como economia de forma consistente.

Foi assim que o Ascensus Group, que completou 20 anos de trajetória este ano, manteve seu crescimento. Pautada nas melhores práticas de gestão e compliance, chegamos a resultados muito relevantes. Enquanto as importações, nosso principal negócio, recuaram em média menos 10% no país ano passado, nosso grupo cresceu mais de 20%. Encerramos 2020 com movimentação financeira na ordem de R$ 4,4 bilhões, somando todas as nossas quatro torres de negócio – comercio internacional, finanças, real estate e energia.

Destaco a nossa movimentação de dezembro de 2020, quando Grupo Ascensus arrematou certame organizado pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3), adquirindo o direito de exploração da área PAR12, no Porto de Paranaguá por 25 anos. São 74 mil metros quadrados destinados à movimentação de veículos, sendo que no local serão implantados os equipamentos e edificações a serem utilizados na movimentação e armazenagem de cargas roll-on/roll-off (automóveis de passeio, veículos comerciais leves e outras cargas). É dessa forma que o grupo Ascensus vem ajudando o Brasil a se desenvolver, contribuindo com infraestrutura, e com criação de emprego e renda.

Schettini: Qual sua avaliação sobre o cenário econômico no Brasil em 2021? O senhor está otimista para uma retomada do crescimento?

Cleverson Siewert: A vacinação contra a Covid-19, além de salvar vidas, traz uma nova perspectiva para a economia. Vimos em 2020 uma forte queda do PIB mundial, acentuada naturalmente pela pandemia do coronavírus, sendo esta uma crise decorrente de fatores exógenos à economia e, portanto, diferentes de serem administrados.

De qualquer forma, já apresentávamos sinais de problemas: os fluxos de capitais (investimentos estrangeiros diretos nos países, por exemplo) já vinham caindo ao longo dos anos (40% de queda de 2018 para 2019). O mesmo percebemos com a elasticidade do comércio, que é quanto o comércio internacional cresce em relação ao PIB. Antes de 2008, ele registrava crescimento de três vezes o PIB, passando para uma vez o PIB depois daquele ano e, a partir de 2019, cresceu sempre menos que o PIB.

Porém, igualmente, pudemos perceber um expansionismo nunca antes visto. O esforço fiscal dos países em relação às linhas de crédito, a diminuição de taxas de juros e os programas variados de auxílio levaram, por exemplo, os países industrializados a uma média de esforço fiscal de 6% do PIB e os EUA a mais de 10% em 2020. Isto nos mostra que, para 2021, os países de uma forma geral devem estar mais endividados, porém com juros internos baixos e farta liquidez, o que nos leva a uma tendência de recuperação, mesmo que a longo prazo.

Aqui no Brasil, imagino que o alto nível de incerteza política, o crescimento menor do que esperado dos países parceiros e a piora das condições financeiras dos agentes econômicos devam nos trazer uma recuperação aquém do que queremos.

Do ponto de vista político, temos uma agenda negativa no núcleo familiar do presidente da República e uma equipe econômica desgastada. Muito embora se perceba claramente uma mudança de postura para manutenção do mandato presidencial, com menor tensão entre os poderes, discurso mais moderado nas redes sociais e aproximação com o centrão, procurando uma coalização política, o quadro ainda é delicado, trazendo dificuldades para as aprovações mais fortes no Congresso Nacional, administrativas e econômicas, que o país requer.

Do ponto de vista econômico, em 2020, o PIB relacionado à demanda trouxe algum crescimento no agronegócio, mas queda na indústria e no serviço. Já, na oferta, houve queda na renda das famílias, nos investimentos, nas importações e na produção do mundo público, sendo que só as exportações trouxeram algum crescimento. Pontos cruciais a serem analisados são o auxílio emergencial e o mercado de trabalho.

O auxílio emergencial em 2020 trouxe para economia mais de R$ 300 bilhões e chegou a 60% da população do país – agora para 2021 devemos ter uma nova rodada. Mas, muito menor, com algo em torno dos R$ 60 bilhões, chegando a 20 milhões de famílias. Já o mercado de trabalho mostrou queda na ocupação superior a 7% e taxa de desemprego beirando os 14% em 2020 – e para 2021 as projeções indicam ocupação crescendo 5,5%. Porém, ainda assim, o desemprego está aumentando para quase 16% - lembrando que este ano mais pessoas vão procurar emprego e não vão encontrar, visto que, no ano passado ficaram por conta do auxílio emergencial.

Como consequências, temos a massa de renda total do país, no ano passado crescendo acima dos 4%, fruto justamente do auxílio emergencial. Mas, para este ano, deve cair próximo dos 4%, justamente porque a transferência de renda deve ser menor, e não deve ser compensada pela criação de vagas de trabalho.

O cuidado maior precisa ser com o nó fiscal que vivemos – envolvendo uma dívida pública perto de 100% do PIB, e medidas populistas sendo discutidas sem qualquer contrapartida para restrições orçamentarias. Além disso, não podemos esquecer que estados e municípios, por dados do Tesouro Nacional e Banco Central, anunciaram fortes superávits financeiros, resultantes de três eventos extraordinários: novamente o auxílio emergencial, que injetou dinheiro na economia e turbinou as arrecadações; o não pagamento da dívida pública dos estados com R$ 65 bilhões; além das transferências feitas pelo governo federal, na casa dos R$ 60 bilhões.

Enfim, continua valendo o famoso ditado popular: “no Brasil até o passado é incerto!” A nós, cabe trabalhar, cada um dando o seu melhor, e assim buscarmos colher os resultados pretendidos.



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